Primeiro dia – 18/12

São Paulo – Houston – NY – Orangeburg
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Um ano de planejamento, muitas economias e uma crise econômica depois, chega o dia da partida. Preparei a mochila com o básico, já que as roupas pesadas de frio iriam me encontrar depois em solo americano – levar tudo daqui, além de ocupar muito volume, sairia caro demais. Resolvi acreditar em quem havia me dito para comprar o que precisasse de mais pesado em dólar mesmo.

A viagem já começou com uma correia dentada estourada no carro indo para o aerorporto. Não fosse a antecedência com que saímos (a moça da agência onde comprei a passagem sugeriu que chegasse no aeroporto três horas antes do embarque) e o táxi da seguradora, minha viagem teria terminado antes mesmo de começar. Fiz um check-in com pouco mais de uma hora de antecedência e fui direto para a fila de embarque.

O vôo saiu no horário e foi tranqüilo, sem sustos ou atrasos. O serviço de bordo da Continental não compromete e a comida é de classe econômica de avião, sem falsas expectativas. A conexão em Houston foi feita sem problemas, mas foi bom correr para evitar a fila da Imigração – as esteiras ajudaram bastante nessa hora, use-as sempre. O aeroporto é inacreditavelmente grande – conta até tem um serviço de carrinhos elétricos e um trem que levam os usuários aos portões corretos, já que ir andando pode levar um certo tempo.

Maior aeroporto de todos os tempos

Maior aeroporto de todos os tempos

A temida imigração
Depois de pegar a fila de non-American citizen, o primeiro oficial com quem você passa é o que determina quanto tempo você vai permanecer nos EUA. Em geral, as perguntas são basicamente as mesmas da entrevista para o visto, então responda somente o que lhe perguntarem e tudo dará certo. Um oficial chicano perguntou-me num inglês macarrônico se eu portava armas de destruição em massa e quanto tempo pretendia ficar. Olhou para a minha cara, tirou minhas digitais e me deu um cartão (o tal I-94) com um carimbo que me deixava ficar até julho/2009. Depois de pegar as malas, um segundo oficial te questiona basicamente sobre comida e produtos agrícolas. Daí é só passar pelo raio-x e você finalmente é um turista legal nos EUA.

Eu não sabia, mas o vôo de conexão para NY já é considerado doméstico, então as coisas mudam. O espaço entre os bancos da classe econômica, inclusive. Por sorte, fiquei sentado numa fileira com três bancos sem ninguém ao meu lado, e desfrutei do sossego merecido.

O frio, finalmente

Passar pela porta giratória da saída do aeroporto de La Guardia lembrou-me dessa cena de “Cool Runnings”, que no Brasil recebeu o nome infame de Jamaica Abaixo de Zero. Não havia nevasca no dia em que cheguei, mas a temperatura não subiu muito além dos 0º C em toda a viagem. Como saímos direto do aeroporto para o ônibus, não houve muito tempo para reclamar do frio.

Orangeburg, NY é uma cidade, segundo o censo de 2007, com 3.494 habitantes. Consegue ser menor do que Guaiçara, no interior de São Paulo, que tem 10.000. Nas áreas residenciais não há muros separando as casas e a maioria são grandes, com jardins e quintais espaçosos. Manhattan fica a cerca de uma hora e meia de ônibus de Orangeburg e seus habitantes conhecem New York simplesmente como “The City”. Mesmo com tantos habitantes, há pouco o que fazer na cidade e o transporte público é, basicamente, intermunicipal. Ter um carro para se locomover é, portanto, imprescindível.

À noite ainda arranjamos tempo para um programa com as outras Au Pairs e amigas da P.. Fomos a um Dunkin’ Donuts – um dos poucos lugares disponíveis para uma troca de presentes de amigo secreto – e no caminho ainda paramos para ver a decoração de natal. Uma placa na frente dessa casa pede que você sintonize uma estação específica no rádio do seu carro. O resultado é o seguinte:



Assustador.

12 Respostas to “Primeiro dia – 18/12”


  1. 1 S. janeiro 7, 2009 às 11:04 pm

    Maneiro, a participação especial do Corsinha está aí. E essa p.. de correia saiu bem cara no final das contas 😛

  2. 2 eldertanaka janeiro 7, 2009 às 11:44 pm

    Pelo menos a volta do aeroporto ela garantiu. 😀

  3. 3 patricia janeiro 8, 2009 às 7:39 pm

    oh-my-god :0
    e tem pessoas morando lá?

    a cena do filme me lembrou de mim também, principalmente quando o outro cara pergunta “what´s the matter? are you guys cold???” – eu fico pulando e tremendo o tempo todo, e o resto do mundo nem aí.

    adorei o blog! vou ler tudo e obrigada pelas dicas do visto, não está nos meus planos ainda ir para os eua, mas quem sabe, com presidente novo eu um dia não passo por lá!
    beijos!
    p

  4. 4 eldertanaka janeiro 9, 2009 às 12:10 am

    Olha, boa pergunta, Pati. Não sei se tem gente morando lá, não deu pra saber. Nem saí do carro pra filmar, muito frio.
    Que legal que você curtiu o blog. Vou alimentá-lo com o restante dos dias aos poucos. 🙂

  5. 5 Ivan dezembro 12, 2009 às 7:40 am

    Olá.

    Semana que vem minha esposa e eu faremos uma viagem muito parecida com a sua (tb vamos p/ NY com com conexão em Houston), e como de costume estou preocupado com a imigração.

    O que eles te perguntaram?

    E essa parte de comida e produtos agrícolas??? Não entendi!!!

    Quebra o galho e responde aí!!!

    Abraços

  6. 6 Elder Tanaka dezembro 12, 2009 às 11:51 am

    @Ivan,

    Não tem mistério nenhum a entrevista na imigração. Não vou lembrar exatamente quais foram as perguntas, mas se você já tiver o endereço onde vai ficar e o período determinado de estadia, eles não enchem muito.

    O segundo oficial que te entrevista só quer saber se você está entrando com comida ou produtos agrícolas – acho que você não pode entrar com coisas do tipo adubo, sementes, inseticidas, etc. – que não são permitidas em solo americano. Eu só estava levando chocolate na bagagem, disse isso pro sujeito e ele ficou satisfeito.

  7. 7 Ivan dezembro 12, 2009 às 9:51 pm

    Elder,

    Cara, nem sei como te agradecer. Você me deixou mais aliviado pois esse negócio de imigração sempre dá um frio na barriga!

    Valeu!!!!!

    Tenha um Feliz Natal!!!

    Abraços,

    Ivan

  8. 8 Rubens Santiago dezembro 13, 2009 às 8:18 am

    Caro Ivan,

    Poderia me ajudar?

    Estou indo para Miami, mas meu vôo fará conexão em Houston. É a minha primeia viagem internacional. Viajo com mulher e filho para 8 dias para Orlando e região.
    Estou preocupado com o nosso deslocamento dentro do aeroporto George Bush(você disse ser imenso), ou seja, sair da aeronave, ir para imigração, depois aguardar o vôo para Miami.
    É fácil o trajeto? (você falou de esteiras rolantes) há alguém específico para prestar informações quanto ao caminho dentro do aeroporto para ser entrevistado? TEm alguma dica?

    Antecipadamente te agradeço

  9. 9 Elder Tanaka dezembro 13, 2009 às 12:53 pm

    Rubens,

    Não sou o Ivan, mas acho que posso te ajudar. De fato, o aeroporto de Houston é imenso – eu calculo isso pela distância do meu portão de desembarque até os guichês da imigração e destes até o portão de embarque do vôo doméstico. Tem que andar bastante, mas, que eu me lembre, o caminho é sinalizado e, pelo menos ano passado, tinha funcionários para perguntar qual caminho seguir.

    A recomendação que eu dou é a mesma que eu coloquei no post: procure não perder muito tempo no desembarque, porque a fila da imigração é a maior que você vai pegar nesse momento. Não precisa sair correndo para bater o recorde dos 100m rasos, mas use as esteiras e não fique marcando bobeira. Quando você chegar na fila, acima dos guichês você vai ver várias telas com um vídeo explicativo sobre os procedimentos a partir dali. É legal para ter noção do que você precisa fazer.

    Depois de passar pelo primeiro oficial da imigração, o caminho que fiz, salvo engano, foi o seguinte: desci uma escada rolante para pegar as malas numa esteira, passei pelo segundo oficial – cuja entrevista é bem rápida -, despachei as malas novamente, subi uma escada rolante para passar pelo raio-x (tem que tirar tênis, cinto, etc.) e depois segui em direção ao portão de embarque do vôo doméstico. Nessa hora, dependendo do portão, você pode pegar um monorail. Também tem alguns carros elétricos passando pelos corredores, mas eu fui a pé mesmo, estava com tempo sobrando para pegar meu vôo.

    Dá uma olhada nesse mapa do aeroporto, tem algumas informações nele também.

    http://www.continental.com/web/en-US/content/travel/airport/maps/iah.aspx

    Boa sorte e boa viagem.

  10. 10 Rubens Santiago dezembro 19, 2009 às 10:38 am

    Caro Helder,

    Muito obrigado. Suas informações nos ajudarão bastante. Tenha um bom Natal e feliz 2010 para você, amigos e familiares.

    Rubens


  1. 1 Sexto dia - 23/12 « The sweet smell of whatever Trackback em janeiro 16, 2009 às 1:51 am
  2. 2 Nono dia - 26/12 « The sweet smell of whatever Trackback em janeiro 28, 2009 às 11:56 pm

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